Dornelles Advocacia

Nos momentos mais difíceis do meu curso eu sempre assisti esse filme..

Me dava forças e aquela motivação básica que precisamos em alguns momentos. Pra melhorar é da área Jurídica. Super Indico!! A Condenação encampa um dos temas prediletos de Hollywood: o tribunal. Não apenas o julgamento em si, mas todo o trabalho dos advogados para buscar provas e os riscos decorrentes do serviço, fora as dificuldades de lutar contra o sistema. Uma via crúcis que ganha apelo emocional graças ao elo entre advogada e réu, irmãos fortemente unidos desde a infância que sempre protegeram um ao outro. O grau de devoção de Betty Anne impressiona e levanta questionamentos, de seus próprios filhos e também do espectador, se faria algo semelhante se estivesse na mesma situação.



Read More …



Logo no começo do curso de Direito, destoando do restante da turma, em grau de conhecimento e situação financeira, conheci essa decisão e percebi, que eu estava no lugar certo. 



Um rapaz humilde, após perder o pai atropelado por uma motocicleta, enquanto voltava a pé do trabalho, foi buscar socorro por meio do judiciário, em uma ação de indenização por danos morais e pensão de 1 salário mínimo. Sem a minima condição de pagar as custas processuais, pediu a gratuidade da justiça, a qual foi negada.


“Que sorte a sua menino”, escreveu Bisson em seu voto, “depois do azar de perder o pai e ter sido vitimado por um filho de coração duro — ou sem ele —, com o indeferimento da gratuidade que você perseguia. Um dedo de sorte apenas, é verdade, mas de sorte rara, que a loteria do distribuidor, perversa por natureza, não costuma proporcionar”.



A "sorte rara" mencionada no trecho acima exposto, foi constatada pelo fato de que, o recurso para mudar a decisão do juiz de primeira instância caiu para o Desembargador Palma Bisson, da 36ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, de origem humilde e também filho de marceneiro, se identificou com o menino pobre e brilhantemente deu seu voto favorável ao garoto, com o seguinte texto:


Segue a integra da decisão:


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SAO PAULO – SEÇÃO DE DIREITO PRIVADO
36ª Câmara
AGRAVO DE INSTRUMENTO No.1001412- 0/0
Comarca de MARILIA 2.V.CÍVEL
Processo 25124/05
AGVTE ISAIAS GILBERTO RODRIGUES GARCIA
REPRES P/S/MÃE ELISANGELA ANDREIA RODRIGUES
interessado) BENEFIC DE: Interes. EZEQUIEL AUGUSTO GARCIA
AGVDO RODRIGO DA SILVA MESSIAS (NÃO CITADO)
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, os desembargadores desta turma julgadora da Seção de Direito Privado do Tribunal de Justiça, de conformidade com o relatório e o voto do relator, que ficam fazendo parte integrante deste julgado, nesta data, deram provimento ao recurso, por votação unânime.
Turma Julgadora da 36* Câmara
RELATOR : DES. PALMA BISSON
2 ° JUIZ : DES. JAYME QUEIROZ LOPES
3 o JUIZ : DES. ARANTES THEODORO
Juiz Presidente : DES. JAYME QUEIROZ LOPES
Data do julgamento: 19/01/06
DES. PALMA BISSON
Relator
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA – SEÇÃO DE DIREITO PRIVADO
AGRAVO DE INSTRUMENTO N° 1.001.412-0/0
COMARCA – MARÍLIA
AGRAVANTE – ISAÍAS GILBERTO RODRIGUES GARCIA (REPRESENTADO POR SUA MÃE: ELISANGELA ANDREÍA RODRIGUES)
AGRAVADO – RODRIGO DA SILVA MESSIAS (NÃO CITADO)

V O T O N° 5902
Ementa: Agravo de instrumento – acidente de veículo – ação de indenização decisão que nega os benefícios de gratuidade ao autor, por não ter provado que menino pobre é e por não ter peticionado por intermédio de advogado integrante do convênio OAB/PGE inconformismo do demandante – faz jus aos benefícios da gratuidade de Justiça menino filho de marceneiro morto depois de atropelado na volta a pé do trabalho e que habitava castelo só de nome na periferia, sinais de evidente pobreza reforçados pelo fato de estar pedindo aquele u’a pensão de comer, de apenas um salário mínimo, assim demonstrando, para quem quer e consegue ver nas aplainadas entrelinhas da sua vida, que o que nela tem de sobra é a fome não saciada dos pobres – a circunstância de estar a parte pobre contando com defensor particular, longe de constituir um sinal de riqueza capaz de abalar os de evidente pobreza, antes revela um gesto de pureza do causídico; ademais, onde está escrito que pobre que se preza deve procurar somente os advogados dos pobres para defendê-lo ? Quiçá no livro grosso dos preconceitos… – recurso provido.
O menor impúbere Isaias Gilberto Rodrigues Garcia, filho de marceneiro que morreu depois de ser atropelado por uma motocicleta na volta a pé do trabalho, fez-se representado pela mãe solteira e desempregada e por advogado que esta escolheu, para requerer em juízo, contra Rodrigo da Silva Messias, o autor do atropelamento fatal, pensão de um salário mínimo mais indenização do dano moral que sofreu (fls. 13/19).
Pediu gratuidade para demandar, mas esta lhe foi negada por não ter provado que menino pobre é e por não ter peticionado por intermédio de advogado integrante do convênio OAB/PGE (fls. 20) .
Inconforma-se com isso, tirando o presente agravo de instrumento e dizendo que bastava, para ter sido havido como pobre, declarar-se tal; argumenta, ainda, que a sua pobreza avulta a partir da pequeneza da pensão pedida e da circunstância de habitar conjunto habitacional de periferia, quase uma favela.
De plano antecipei-lhe a pretensão recursal (fls. 31 e V o ) , nem tomando o cuidado, ora vejo, de fundamentar a antecipação.
A Procuradoria Geral de Justiça opinou pelo provimento do recurso (fls. 34/37).
É o relatório.
Que sorte a sua, menino, depois do azar de perder o pai e ter sido vitimado por um filho de coração duro – ou sem ele -, com o indeferimento da gratuidade que você perseguia.
Um dedo de sorte apenas, é verdade, mas de sorte rara, que a loteria do distribuidor, perversa por natureza, não costuma proporcionar.
Fez caber a mim, com efeito, filho de marceneiro como você, a missão de reavaliar a sua fortuna.
Aquela para mim maior, aliás, pelo meu pai – por Deus ainda vivente e trabalhador – legada, olha-me agora.
É uma plaina manual feita por ele em pau- brasil, e que, aparentemente enfeitando o meu gabinete de trabalho, a rigor diuturnamente avisa quem sou, de onde vim e com que cuidado extremo, cuidado de artesão marceneiro, devo tratar as pessoas que me vêm a julgamento disfarçados de autos processuais, tantos são os que nestes vêem apenas papel repetido.
É uma plaina que faz lembrar, sobretudo, meus caros dias de menino, em que trabalhei com meu pai e tantos outros marceneiros como ele, derretendo cola coqueiro – que nem existe mais – num velho fogão a gravetos que nunca faltavam na oficina de marcenaria em que cresci; fogão cheiroso da queima da madeira e do pão com manteiga, ali tostado no paralelo da faina menina.
Desde esses dias, que você menino desafortunadamente não terá, eu hauri a certeza de que os marceneiros não são ricos não, de dinheiro ao menos.
São os marceneiros nesta terra até hoje, menino saiba, como aquele José, pai do menino Deus, que até o julgador singular deveria saber quem é.
O seu pai, menino, desses marceneiros era.
Foi atropelado na volta a pé do trabalho, o que, nesses dias em que qualquer um é motorizado, já é sinal de pobreza bastante.
E se tornava para descansar em casa posta no Conjunto Habitacional Monte Castelo, no castelo somente em nome habitava, sinal de pobreza exuberante.
Claro como a luz, igualmente, é o fato de que você, menino, no pedir pensão de apenas um salário mínimo, pede não mais que para comer.
Logo, para quem quer e consegue ver nas aplainadas entrelinhas da sua vida, o que você nela tem de sobra, menino, é a fome não saciada dos pobres.
Por conseguinte um deles é, e não deixa de sê-lo, saiba mais uma vez, nem por estar contando com defensor particular.
O ser filho de marceneiro me ensinou inclusive a não ver nesse detalhe um sinal de riqueza do cliente; antes e ao revés a nele divisar um gesto de pureza do causídico.
Tantas, deveras, foram as causas pobres que patrocinei quando advogava, em troca quase sempre de nada, ou, em certa feita, como me lembro com a boca cheia d’água, de um prato de alvas balas de coco, verba honorária em riqueza jamais superada pelo lúdico e inesquecível prazer que me proporcionou.
Ademais, onde está escrito que pobre que se preza deve procurar somente os advogados dos pobres para defendê-lo ?
Quiçá no livro grosso dos preconceitos…
Enfim, menino, tudo isso é para dizer que você merece sim a gratuidade, em razão da pobreza que, no seu caso, grita a plenos pulmões para quem quer e consegue ouvir.
Fica este seu agravo de instrumento então provido; mantida fica, agora com ares de definitiva, a antecipação da tutela recursal.
É como marceneiro voto.
PALMA BISSON
Relator Sorteado
Read More …

Prefeitura Municipal de Contagem - MG divulgou a abertura do Concurso Público  para  Procurador Municipal. Ao todo são 5 vagas, como remuneração que chega a R$ 12.202,05 sendo remuneração fixa de R$ 7.500,00 acrescido do honorários advocatícios no importe mínimo de R$ 4.702,05.  
As inscrições serão feitas pelo site da FUNDEP, pelo link (www.gestaodeconcursos.com.br), do dia 23 de maio até 23 de junho de 2019.
Valor da inscrição: R$ 150,00

Clique aqui para baixar o Edital:
http://www.contagem.mg.gov.br/arquivos/concursos/editalprocuradormunicipalcontagem-20190319091529.pdf
Read More …

Segue aquela dica de filme jurídico pra vocês.


TEMPO DE MATAR 


É um filme extraordinário que narra a história de um homem negro (Samuel L. Jackson) que comete um crime contra dois jovens brancos que estupraram sua filha de 10 anos. Em uma cidade onde o racismo conduzia as pessoas e as decisões. Um jovem advogado e sua assistente assumem o caso para lutar contra as injustiças, salvar a vida daquele homem e se manter em segurança ao mesmo tempo!!! SUPER INDICOOOOO!


#direito #direitoporamor #juristas#estudantededireito 
#direito #humor #direitoporamor #lei#amodireito #juridico #audiencia#oab #advogado #advogada #estagio#vidadeadvogada#estudantededireito #advocacia#criminal #civil #penal #trabalho#motivação #dicas #metas #estudos#faculdade #concurso #foco #estudaqueavidamuda
Read More …


Caríssimos Formandos!

É comum que o orador venha trazer a todos os presentes um pouco do cotidiano do curso, momentos mais importantes, vitórias e dificuldades que foram vividas pela turma. Porém dos 5 anos que vivemos esse sonho, me restam 5 minutos para falar o que lhes desejo, para os muitos anos que virão. Então vou aproveitar o ensejo.
Já sabemos, somos vitoriosos e cada um que está aqui neste momento faz parte dessa vitória. Parabéns a todos os envolvidos!

Destarte, convido aos meus nobres colegas formandos nesse instante, para nos despirmos da visão de estudante e olharmos para o futuro, com olhar atento e sensível de operadores do Direito, avistarmos a sociedade e o caos e em que está inserida. Independente de partido, raça ou credo,pois,somos todos humanos. E como tais, necessitamos de Justiça para vivermos uma vida digna.

Vamos olhar para aqueles que têm fome, que não tem pão, não tem remédio nem moradia, aqueles que não têm trabalho e nem conhecimento para lutar pelos seus direitos. Para aqueles nas filas dos hospitais, para o que trabalha sob o regime de escravidão. Vamos olhar para os injustiçados, dar voz aos que não conseguem gritar por socorro.

Como bem disse Martin Luther King “ A injustiça em um só lugar, coloca em risco a justiça em todos os lugares”,
Mais do que a elegância no vestuário e o linguajar rebuscado que alguns momentos nos exigem, coisas que antes brilhavam aos nossos olhos, hoje se tornaram triviais. Como não? Agora percebemos que depois de tanto estudo e dedicação chegou a hora de tomar partido e mostrar a que viemos, quem somos e do que somos capazes. Como disse o filósofo Mario Sergio Cortella “A vida é muito curta para ser pequena”.

Sejamos, pois, a ponte que permite o acesso a justiça a todos os marginalizados e excluídos apenas por não fazerem parte de alguma elite ou das classes dominantes.  Estudamos para aplicar o direito, mas que o façamos desde que ele esteja em consonância com a justiça, pois como disse o Jurista Juan Couture “Quando o Direito estiver em conflito com a Justiça, lute pela Justiça”.

Não se preocupe, se não houver previsão legal, jurisprudências ou a sua causa exigir a defesa de uma posição minoritária. Muitos dos que hoje são chamados gênios e homenageados na história da humanidade, pensavam a frente de seu tempo e em algum momento lutaram por uma utopia. 

Lutar pela JUSTIÇA exige coragem para falar a verdade. 
Se for necessário que não tenhamos medo de enfrentar as togas, ou até mesmo vesti-las, mas que o façamos para deixar uma marca nesse mundo, que a cada pessoa que tocarmos possa levar essa semente e que elas germinem em um futuro melhor.

Saibamos sempre que o dinheiro passa, a vida é breve e que a marca que jamais se apaga, que transforma pessoas, produz esperança e salva vidas,  Chama-se Amor.
Dito isso e Para finalizar.

Quero mencionar um texto escrito a quase dois mil anos e que ainda hoje nos inspira.

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, nada seria.

            E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.

            E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.

         O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade;

          Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”

Muito Obrigada á Todos!

Read More …